Um dos maiores dilemas da pecuária sempre foi o controle de pragas que acometem os animais, desde o nascimento até o momento que se encaminha para o abate. Isso não é diferente quando falamos em Tristeza Parasitária Bovina.
Doenças trazem um grande prejuízo para cadeia da carne e do leite. A indústria perde, o pecuarista perde e o consumidor final acaba também perdendo, por não ter um produto final com extrema qualidade para seu consumo.
Uma das mais “famosas” doenças é a TPB, ou melhor dizendo, Tristeza Parasitária Bovina ou tristezinha ou mal da boca branca, também tem quem chame de amarelão ou piroplasmose.
Enfim, vários são os nomes dados, mas vamos nos referir a ela como Tristeza Parasitária Bovina (TPB) nesta matéria.
Segundo dados da MSD Saúde Animal:
Na América Latina, estima-se que o complexo Tristeza Parasitária Bovina (TPB), cause um prejuízo de U$ 266 milhões por ano e somente a Anaplasmose nos EUA causa perdas estimadas em cerca de U$ 100 milhões por ano.
No Brasil, em 1985 o Ministério da Agricultura estimou a perda por carrapatos e as doenças transmitidas por eles em mais de U$ 1 bilhão. Em 2002, Grisi et all reafirmam que as perdas causadas pelos carrapatos e TPB superam 2 bilhões de dólares/ano.
É muito grande o prejuízo que esta doença traz para economia e para o produtor, por isso, queremos lhe mostrar mais detalhes sobre a TPB, a fim de lhe auxiliar a controlar a incidência em sua propriedade.
Continue lendo, informação nunca é demais!
Tristeza Parasitária Bovina, o que é?
Afinal, o que vem a ser a Tristeza Parasitária Bovina?
A TPB é uma doença infecciosa e parasitária, que pode ser causada por dois agentes distintos, mas que possuem sinais clínicos e epidemiológicos parecidos: a Babesiose(Babesia bovis e Babesia bigemina) e a Anaplasmose(rickéttsia Anaplasma marginale).
A Babesiose é transmitida através da picada de carrapatos do gênero Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Seu período de incubação, ou seja, o tempo que leva para apresentar seus sintomas, pode variar entre 7 a 14 dias.
Já na Anaplasmose mesmo com os carrapatos sendo considerados como principais transmissores, seu mecanismo de transmissão ainda gera dúvidas. O período de incubação da Anaplasmose é de 21 a 35 dias.
O período de incubação pode variar devido a uma série de fatores: quantidade de parasitas inoculados, sensibilidade do animal e seu estado corporal, como exemplos.
Existem casos de Tristeza Parasitária Bovina (quando o agente for a Babesia bovis), onde a doença se manifesta de forma intensa, levando o animal a morte em poucas horas após o aparecimento dos sinais.
Este tipo de TPB provoca alteração na morfologia nas hemácias, sendo assim estas se acumulam nos capilares dos órgãos viscerais, dificultando a circulação e consequentemente a oxigenação de vários órgãos e o cérebro fica comprometido provocando sintomas neurológicos (RADOSTITIS e BLOOD, 1991).
A Tristeza Parasitária Bovina atinge quase todo o Brasil, com exceção do extremo sul do estado do Rio Grande do Sul. No nordeste do País, graças à seca, existem áreas de instabilidade, nas demais áreas do Brasil, devido às condições climáticas favoráveis ao ciclo de vida do carrapato bovino, existe a proliferação da doença.
E quais os sintomas da Tristeza Parasitária Bovina?
Os sintomas da TPB podem variar de animal para animal, conforme já mencionado, dependem muito da resistência imunológica, estado nutricional e raça.
A raça interfere nisso??
Sim, a raça interfere na eficácia da doença, raças europeias tendem a ser mais suscetíveis a ela. Raças zebuínas são mais resistentes à TPB, reagindo bem à presença dos agentes infecciosos, em virtude de serem animais mais rústicos e devido à longa convivência com os agentes causadores da Tristeza Parasitária Bovina durante anos e anos.
Os principais sintomas que podemos notar em um animal infectado com TPB são:
- Febre alta, em torno de 41ºC;
- Animais com respiração acelerada e fraqueza;
- Mucosas pálidas e amareladas(interior das orelhas e da vagina são bons exemplos para visualização do amarelado);
- Icterícia;
- Pelos Arrepiados.
Existem outros sintomas, mas estes são mais comuns e fáceis de diagnosticar.
A Tristeza Parasitária Bovina é uma doença que traz muitos malefícios aos bovinos, deve ser tratada rapidamente para uma eficácia que não cause tantos transtornos ao animal.
E como posso tratar os animais com Tristeza Parasitária Bovina?
O tratamento dos animais com Tristeza Parasitária Bovina pode ser feito através de três princípios ativos: Oxitetraciclinas, Diaminazina e Imidocarb.
Quando a Tristeza Parasitária Bovina for através de Anasplamose o tratamento indicado é com Oxitetraciclinas, alguns exemplos de medicamentos com esse princípio ativo:
- Terramicina LA – veja mais detalhes em nossa loja.
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Normalmente uma dose do medicamento é eficaz, mas pode-se reaplicar a dose usada em 2,3 dias após o início do tratamento, caso se note a necessidade.
Já se a TPB for causada por Babesiose o tratamento deve ser feito com medicamentos à base Diaminazina, alguns exemplos de medicamentos:
- Ganaseg 7% – veja mais detalhes em nossa loja.
- Tristezina – veja mais detalhes em nossa loja.
- Pirofort – veja mais detalhes em nossa loja.
Aqui a regra é a mesma, se notado que é necessário outra dose, deve-se repetir.
Certo, mas eu desconheço a causa da Tristeza Parasitária Bovina como faço??
O indicado é que se realize o tratamento com Oxitetraciclinas e Diaminazina juntos ou o uso de Imidocarb. Exemplos de medicamentos a base de Imidocarb são:
- Imizol – veja mais detalhes em nossa loja.
- Enfrent – veja mais detalhes em nossa loja.
É indicado também que se utilize medicamentos para fortalecimento do animal e reabilitação do fígado, como antitóxicos e soros.
Caso o animal esteja com sintomas de uma Tristeza Parasitária Bovina aguda, não é indicado que se mova o animal para uma mangueira/curral para cura. Deve-se realizar a cura no local mesmo, aguardando uma melhora parcial para levá-lo para local mais indicado. Durante o tratamento deve-se movimentar o mínimo possível esse animal, proporcionando a medicação indicada, alimentação e água de boa qualidade.
A reabilitação do animal se dará gradativamente. Estudos indicam que entre 30 e 90 dias são necessários para uma total recuperação de TPB.
Toda essa matéria nos mostrou o quanto fatal pode ser a Tristeza Parasitária Bovina para os animais, mas também que há cura.
Mas como dizia minha Avó:
A profilaxia(tratamento preventivo) da TPB pode ser feito através da exposição controlada de carrapatos aos animais, um pequeno nível de parasitismo (até 5 carrapatos por animal) é desejável pois permite a indução da resistência imunológica do animal à TPB (Ouro Fino).
A utilização de Imidocarb na prevenção também é benéfico. Sempre respeitando a dose preventiva e a dose curativa do medicamento.
A Tristeza Parasitária Bovina não tende a ser uma vilã que será vencida para sempre, mas se bem manejado os campos e animais de sua propriedade, pode-se controlar a incidência dela com extrema eficácia.
Sempre esteja de olho nas infestações de carrapatos nos animais, mantenha um cronograma de vacinação eficaz.
Esta matéria foi produzida para lhe auxiliar em possíveis dúvidas sobre a doença e seu tratamento.
Mas é sempre bom que se consulte um veterinário de sua confiança para um diagnóstico exato de seus animais.
Um abraço e até a próxima!
P.S.: Se você têm algo para acrescentar, alguma informação legal sobre o assunto, alguma dica ou alguma correção, por favor, deixa seu comentário.
REFERÊNCIAS: KESSLER, R.H. e SCHENK, M.A.M. Carrapato, tristeza parasitária e tripanossomose dos bovinos. Campo Grande: EMBRAPA-CNPGC, 1998. 157p. RADOSTITS, O.M. e BLOOD, D.C., retirados do site da Ouro Fino Saúde Animal.
[…] de doenças oportunistas. Entre elas, bicheiras, anemia, infecções e a mais temida de todas: Tristeza Parasitária Bovina (TPB). Fique atento aos sinais de febre, anorexia, depressão e […]
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