Leptospirose em bovinos

A leptospirose em bovinos e humanos é uma grave doença causada pela bactéria patogênica chamada de Leptospira.

Considerada altamente contagiosa, sempre foi identificada por muitas pessoas como uma doença comumente associada à Zona Urbana, devido a sua concentração de ratos, principalmente nos esgotos das cidades. Entretanto, este mal afeta, também, o campo, mais especificamente o gado, tanto de leite quanto de corte, que ao ser contaminado traz graves prejuízos, principalmente econômico.

Os roedores, em geral, são os hospedeiros primários dessa zoonose e, os humanos, considerados hospedeiros acidentais. Apesar de todos os mamíferos estarem sujeitos à contaminação da bactéria leptospira, os bovinos ainda são os mais afetados. O clima úmido e a alta concentração de chuvas são mais favoráveis para o acometimento dessa bactéria.

Em entrevista para o canal Rural, a médica veterinária Amane Paudês Gonçales, explicou alguns fatores sobre a leptospirose em bovinos de produção. Quais os prejuízos causados, problemas de saúde, queda de produtividade, dentre outros questionamentos essenciais para sanar e prevenir a doença.

Contagio e prevenção

No meio bovino, o rato também é fonte de infecção para o rebanho que acabam disseminando a leptospirose em bovinos, por meio das secreções expelidas. A transmissão pode ser causada através da mucosa da pele, olhos e pela boca, com a urina e com órgãos de animais portadores.

Duas estratégias podem ser usadas para o controle da doença: o tratamento dos animais doentes e a vacinação do rebanho. Combater os roedores, evitar o contato dos animais em áreas alagadas, vacinação controlada e acompanhada nos bezerros a partir de quatro meses de idade e, a revacinação anual, são atitudes preventivas que garantirá uma redução de contaminação por Leptospirose.

Leptospirose em bovinos: prejuízos econômicos

O custo do tratamento dos animais contaminados sempre sairá mais caro do que um cuidado preventivo. Por isso, a prevenção sempre será a melhor solução.

Os animais, no cotidiano, apresentam custos normais de manejo, como acompanhamento veterinário, limpeza e cuidado com a infestação de animais contaminados, como os roedores, além da vacinação. Por isso, a melhor opção é sempre prevenir para evitar custos extras.

Tratamento

O tratamento contra a Leptospirose busca o controle da infecção que causa graves danos atingindo, principalmente, o fígado e os rins do animal. “A doença atinge a produtividade principalmente do gado de leite. Seu agravamento se dá devido à queda da produtividade leiteira e, também, a sua reprodutividade”, explica Amane.

Transmissão

Assim como na Zona Urbana, na Zona Rural, a Leptospirose é causada pela contaminação de roedores, como o rato. A urina desse animal é o principal fator de contaminação.

Ambientes contaminados, assim como a água, alimentos, o solo, acabam sendo uma importante via de transmissão para que os outros animais sejam contaminados.

Entre os humanos, os bovinos também podem ser contaminados pela urina. No caso dos bovinos leiteiros, aonde existe o confinamento, os ratos acabam tendo maior acesso a alimentação que acaba sendo mais acessível ao transmissor da lepstopirose.

“A leptospirose está presente em todo o lugar, principalmente nas regiões com maior concentração de alagamento, em ambientes com umidade, com temperaturas elevadas, mas a leptospirose se encontra disseminada em todo o pais”, comentou a especialista durante a entrevista.

Outra espécie responsável pela transmissão da Leptospirose, principalmente na região Sul do país – em especial o Rio Grande do Sul, é o Javali (Sus Scrofa). Essa espécie, encontrada também em outras regiões do Brasil, traz risco a sanidade dos rebanhos bovinos.

Uma pesquisa divulgada pela Universidade Federal de Pelotas – (UFPel), destacou que os animais desta espécie podem se deslocar diariamente num raio de até 40 km e atravessar várias propriedades em curto espaço de tempo contaminando os bovinos. Além da Leptospirose, a espécie pode desencadear outras doenças como a tuberculose, a brucelose e a raiva.

Não podemos esquecer ainda do chamado Ratão do Banhado (Myocastor coypus), outro hospedeiro da Leptospirose. A espécie apresenta uma pelagem marrom-avermelhada, cauda longa e grossa e é muito encontrada na região Sul da América do Sul – Chile e Argentina e também, no Sul e Sudeste do país e muitas vezes é confundido com o Castor e com a Capivara, outro hospedeiro da doença.

Sintomas

A Leptospirose pode ocorrer tanto na forma aguda, como subaguda e até crônica. No primeiro caso, estão entre os principais sintomas a febre, hemoglobinúria, icterícia, anorexia, aborto e queda na produção do leite causada por uma mastite atípica, com o úbere podendo apresentar-se edematoso e flácido à palpação, e o leite torna-se amarelado ou sanguinolento, sinais clássicos da infecção pela sorovar hardjo.

“Na grande parte dos casos ela pode ser subclínica. Nesse caso a maior manifestação da doença será o abortamento falha reprodutiva, repetição de cio, retenção de placenta, enfim, as falhas reprodutivas, em geral, são as principais manifestações. Além da mastite, que geralmente na leptospirose pode ser subclínica ou também casos conhecidos como mastite flácida”, explica Amane.

Lembre-se, ao tomar os cuidados preventivos necessários seu rebanho estará protegido dessa e de outras doenças. Conte sempre com a orientação de um profissional especialista qualificado.

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