A diarreia em bezerros ainda é um problema sanitário enfrentado pela maioria dos produtores. A doença pode ser percebida a partir da grande perda de líquidos desses animais, passando por vários estágios de gravidade.
De acordo com a Embrapa, a taxa de mortalidade de bezerros por causa da diarreia infecciosa chega a 34% ao redor do mundo. A maioria das mortes acontecem nas duas primeiras semanas de vida dos bezerros, quando seu sistema imunológico ainda não está totalmente fortalecido.
A identificação da doença acontece pela observação do períneo ou da cauda suja de fezes e normalmente os animais apresentam evacuação pastosas ou aquosas. A perda de líquidos e eletrólitos corporais levam à desidratação, fazem o animal perder peso e pode evoluir para o choque hipovolêmico (perda de sangue) e causar a morte do bezerro.
Causas e sintomas da diarreia bovina
A diarreia em bezerros é causada por diversos agentes infecciosos. Cada um deles tem sintomas distintos, que devem ser observados. Além disso, os testes em laboratório permitem a identificação exata do causador e o tratamento adequado. Esses agentes podem ser:
Bactérias
São chamadas de bactérias enteropatogênicas, como E. coli, Salmonella sp., C. perfringens que afetam o intestino dos seres.
A salmonelose, causada pela Salmonella, é mais conhecida como paratifo dos bezerros. Acontece nos animais com até 12 semanas e vem associada com outras doenças, como pneumonia, pela queda da resistência do animal. Essa diarreia apresenta fezes fluidas com muco, cor esverdeada, bolhas de gás e odor.
Já a C. perfringens causa a enterotoxemia hemorrágica e costuma acontecer nos dois primeiros dias de vida do animal, com diarreia hemorrágica (coloração preta) e, às vezes, sintomas nervosos.
Vírus
Nos casos de infecção por coronavírus, os animais ficam fracos e perdem o apetite. Afeta animais com até três semanas de vida. As fezes apresentam muco e leite coagulado, demonstrando que o alimento não foi devidamente digerido.
Já o rotavírus acomete bezerros a partir dos dez dias e a disseminação entre os outros recém-nascidos é rápida. A diarreia tem cor amarelada e os bezerros sentem dificuldade para mamar e ficarem em pé.
Protozoários
Aqui se trata principalmente da Eimeria sp., mais conhecida como coccidiose, que também afeta gravemente as aves. A coccdiose tem ocorrência até o seis meses de idade em bezerros, também com hemorragia. A transmissão ocorre pela água e por alimentos infectados ou lambedura de pelos contaminados. Essa diarreia apresenta fezes com muco e sangue, aderidos à cauda dos animais, e odor forte.
Verminoses
Acredita-se que as verminoses estejam presentes em 100% das propriedades no mundo todo. A única maneira de evitar complicações é com o controle estratégico.
Fatores funcionais e ambientais
Condições precárias higiênico-sanitárias facilitam o surgimento de diarreias causadas por vírus e bactérias, podendo o animal ser atacado por mais de uma delas. De maneira geral, as diarreias podem ser esbranquiçadas, amareladas, escuras (hemorrágicas) e crônicas, conforme o agente infeccioso.
Tratamento da diarreia em bezerros
A diarreia pode ser controlada e prevenida. É importante ter o acompanhamento de um médico veterinário que identifique corretamente o agente causador da diarreia em bezerros para ministrar o tratamento de maneira adequada. Esse profissional também pode fazer a prevenção das doenças, ministrando vacinas e probióticos.
Para ter sucesso no tratamento contra a diarreia e também evitar o contágio de outros animais, recomenda-se que o bezerro doente fique isolado e que a terapia seja iniciada o mais rápido possível. É fundamental oferecer a ele um local seco e aquecido para garantir sua melhora.
Um bom manejo das vacas também influencia na qualidade de vida do bezerro. Quando os bezerros nascem com condições de nutrição adequadas e recebem o colostro nas suas primeiras horas de vida, ele recebe os anticorpos necessários para resistir a essas doenças.
Invista em uma boa hidratação
A diarreia em bezerros os fazem perder muito líquido no organismo, o que leva à desidratação e causa a morte do animal. O tratamento básico, além dos remédios, é a hidratação oral. Os produtos disponíveis no mercado contêm eletrólitos, glicose e outros sais, vitaminas e agentes gelatinosos.
Outra opção é o soro caseiro, elaborado com 5 litros de água, 45 gramas de sal e 250 gramas de açúcar. Vale ressaltar que bovinos não absorvem bem o açúcar caseiro, portanto, ele deve ser substituído por fontes de dextrose, que podem ser encontradas em farmácias convencionais.
A nutrição do bezerro também é importante. Como ele perde a vontade de mamar, pode ser oferecida alimentação de 3 a 4 vezes por dia. Quando ele se recusa totalmente a se alimentar, o veterinário pode lançar mão de sonda esofágica para forçar a ingestão. Em casos muito graves, medicações e soro intravenosos também são recursos importantes para recuperar o animal.
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