Confinamento alto grão para bovinos

Confinamento alto grão é uma das alternativas  para alimentação de bovinos em confinamento. Entretanto, o confinamento de bovinos sempre é alvo de muitas dúvidas.

Mas afinal de contas, qual dieta é a ideal para se utilizar no confinamento? Qual seria o procedimento, de fato, correto para não cometer falhas e causar graves prejuízos ao rebanho?

A única resposta que todos têm em mente é a busca incessante de uma eficiência produtiva e econômica para que os pecuaristas possam apostar em dietas. Hoje falaremos sobre a dieta em confinamento com alto grão para bovinos.

O confinamento alto grão não é simples e deve seguir, à risca, as recomendações dos técnicos responsáveis para que os animais se adaptem melhor, trazendo bons lucros e uma melhor terminação de confinamento.

Para falar sobre confinamento alto grão, o professor doutor do Instituto de Estudos Pecuários (IEPEC) Antônio Ferriane Branco listou algumas dicas para se obter sucesso no uso dietas utilizadas em confinamento, nesse caso, as de alto grão.

Segundo ele, seguindo essas orientações, os pecuaristas e técnicos responsáveis terão êxito na produtividade em confinamento alto grão trazendo excelentes resultados, garantindo lucros e alta rentabilidade do rebanho assistido.

Confinamento alto grão: 10 dicas para se obter sucesso do rebanho

1 – Adote um protocolo de adaptação para os animais

Não existe uma regra geral. O que acontece é a adoção de protocolos, que consideram os fatores que interferem o consumo de alimentação dos animais que chegam ao confinamento. Isso é fundamental para reduzir a morbidez, aumento do número de animais ao cocho e aumento, principalmente, do consumo da dieta que é oferecida. Não se esqueça jamais de adotar um protocolo de adaptação.

2 – Tamanho da partícula do volumoso ou dos volumosos

Essas partículas de volumoso ou de volumosos farão parte desses alimentos ou dessas dietas, para que não seja reduzido drasticamente o tamanho da partícula. Deve ser reduzido apenas o suficiente para se produzir uma boa homogeneidade da mistura da ração total misturada. Isso é fundamental para que se mantenha a atividade física da fibra dentro do rúmen favorecendo a produção da saliva e ruminação e, consequentemente, a saúde ruminal.

 3 – Use e abuse dos coprodutos

Existem no mercado muitos coprodutos de alta qualidade e com produção elevada que podem contribuir, significativamente, o custo beneficio. Isso acontece porque a maior parte desses produtos não apresentam em sua composição o amido. Durante o período de utilização da dieta com alto grão, a utilização de coprodutos é fundamental.

4 – Mantenha a consistência na dieta utilizada

Não fique alterando os componentes dessa dieta. Isso é fundamental! E para que isso aconteça, é necessário o planejamento e estudo de mercado, para adquirir os produtos ou coprodutos necessários para atender a demanda do seu confinamento ou da sua operação.

5 – Utilize mistura de grãos na dieta total misturada

Isso porque os grãos e cereais contem amido de diferentes taxas de fermentação no rúmen que auxiliam na prevenção da acidez ruminal e, consequentemente, melhorará o consumo e a saúde dos animais.

6 – Observe o comportamento dos animais

A ronda sanitária é fundamental. Através dessa observação, além de aprender com os animais – os bovinos são animais de hábitos – poderemos identificar os animais com problemas e, a partir disso, será possível fazer os devidos ajustes no manejo alimentar. Dessa forma, é possível diminuir os problemas sanitários aumentando o consumo e o ganho da conversão alimentar.

7 – Leitura de cocho

É fundamental em confinamentos que querem ter sucesso. Mas, não se deve limitar apenas a leitura e a utilização dos dados obtidos diariamente. É preciso proceder duas leituras. Segundo Branco, esses números dependerão da quantidade de refeições diárias que será distribuída entre os animais, que é fundamental para a aplicação de um protocolo correto de leitura de cocho em confinamento. Isso contribuirá para a redução de sobras, aumento do consumo e melhoria do desempenho econômico da operação.

8 – Procure utilizar mais de uma refeição diária

Essa quantidade de refeições dependerá da inclusão de grãos na dieta. Quanto maior for o percentual de grãos, maior será o número de refeições. “Dessa forma estabilizamos mais o PH ruminal, estabilizamos a taxa fermentativa e, consequentemente, melhoramos as respostas dos animais”, destaca o professor.

9 – Use e abuse dos aditivos

A aplicação desses elementos, seguindo as recomendações técnicas nas suas rações e nas suas dietas com o uso de aditivos como os tamponantes, promoverá a elevação na produtividade evitando problemas metabólicos por neutralizar o excesso de ácidos produzidos no rúmen.

Ideal lembrar de outros aditivos entre esses os aditivos Alcalinizantes, os aditivos ionóforos, os aditivos probióticos e os aditivos antibióticos promotores de crescimentos

“Toda essa gama de elementos desenvolvidos pela indústria dão suporte para os técnicos e para os produtos para melhorar as repostas aos animais. Esses aditivos darão uma melhor condição para a taxa fermentação para a vida microbiana no rúmen e consequentemente, uma melhor resposta dos animais”, esclarece Branco.

10 – Utilização de dietas com teor de extrato etéreo mais elevado

O Extrato Etéreo (EE) ou gordura bruta compreende na fração do alimento insolúvel em água, entretanto são solúveis em solventes orgânicos como éter, clorofórmio e benzeno. O EE faz parte dos compostos não-nitrogenados presentes na matéria orgânica da MS dos alimentos, juntamente com os carboidratos.

Vale lembrar ainda que o extrato etéreo pode ser obtido ainda através de sementes oleaginosas ou com caroço de algodão.
“Esse limite de extrato étereo na dieta ficaria em torno de 7%, auxiliando no processo fermentativo”, garante o professor.

Dicas Agrocampo Giordani

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