Carne de charque: Conheça sua história

Você já ouviu falar em charque ou carne de charque? Em alguns locais ainda conhecida como carne de sol ou carne seca, o charque têm história.

Seu principal objetivo era manter a carne própria para consumo por mais tempo. A preparação ocorria com a carne bovina sendo desossada e cortada em grandes pedaços, salgada, coberta com até 2cm de sal, empilhada como manta em lugares secos e exposta ao sol de 5 à 8 horas, fazendo mudanças constantes de posição para ajudar na desidratação.

Produção de carne de charque

O charque era produzido em grandes quantidades e geralmente transportado por longas distâncias, como não era preciso refrigeração, a forte salga fazia com que ficasse quase que totalmente desidratado, ficando assim conservado por mais tempo. Inicialmente no Brasil a produção do charque foi no Nordeste, para a manutenção da carne.

Era utilizado como alimento dos escravos da cafeicultura em todo Brasil. Após a seca em 1777, conhecida como a Seca dos três sete, a produção de charque ficou inviável devido a morte dos rebanhos, que fez com que ocorresse uma crise econômica e social na região.

Monopólio Gaúcho na carne de charque

Como o Rio Grande do Sul possuía um grande rebanho bovino, a liderança na produção de carne foi inevitável. Então em 1780, José Pinto Martins, refugiado da seca cearense, construiu na cidade de Pelotas a primeira charqueada (local onde era produzida a carne de charque), a famosa Charqueada São João, localizada às margens do Arroio Pelotas. foto charqueadas.

Logo após, várias outras charqueadas foram sendo construídas às margens dos rios da região, tornando Pelotas uma das maiores exportadoras de carne de charque de todo Brasil.

Carne de charque e a revolução farroupilha

Entretanto, devido às taxas e impostos exorbitantes cobrados pelo governo imperial, a província gaúcha que era baseada na pecuária e na produção de charque, revoltou-se e ocorrendo então a chamada Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha.

Hoje em dia a Charqueada São João é uma das poucas abertas para visitação, que preserva as características originais da época.

O que diz respeito ao charque, atualmente é produzido com carne principalmente de vitelo, de cortes nobres, como músculos e é utilizado em pratos típicos da região sul, como o arroz carreteiro, roupa velha (charque desfiado) e o charque farroupilha.

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